Quem já passou pela Praça
Rui Barbosa, em Ipiaú e nunca tomou o mingau de dona Clarice está deixando de
provar o sabor da tradição, que integra a cidade desde 1964, ano que iniciou a
comercializar o nutritivo.
Dona Clarice contou
que durante todos esses anos ela atendeu as diferentes classes sociais do mesmo
jeito, com respeito e dignidade. Por isso, não foi à toa que Clarisse recebeu a
“Medalha Altino Cosme Cerqueira”, em 2011, umas das mais importantes honrarias
simbólicas da cidade.
“Já trabalho aqui há mais de 50 anos, sou de uma família pobre, mas graças a deus sou trabalhadora. Tenho muita honra disso e é por isso que recebo e trato todas as pessoas da melhor maneira possível e de forma igualitária para não destratar ninguém, seja doutor, bêbado ou morador de rua”, frisou dona Clarisse.
Ainda de acordo com Clarice, além do mingau de
milho ou de tapioca, os clientes e amigos que passam pela barraca também
encontram o famoso pão com queijo e presunto, bolo, suco e o
café com leite, tudo com preço acessível, que varia entre 1 a 3 reais.
A barraquinha de dona Clarice fica aberta todos os dias entre três e meia da manhã a onze e meia. Fica uma dica e um convite para todos que nunca provaram os quitutes de dona Clarice do mingau, uma figura ilustre e trabalhadora que já faz parte da história ipiauense.
História
Clarice Souza
Santos, 72 anos, mãe de 3 filhos e avó de 2 netos, nasceu na rua Olavo Bilac e
foi criada na rua Silva Jardim, no município de Ipiaú. A trajetória de trabalho
da comerciante começou desde cedo lavando roupa e vendendo flores.
Depois disso,
vendeu doces na porta da Escola Celestina Bittencourt e posteriormente no
Ginásio de Rio Novo, local onde começou a vender o mingau de milho e tapioca.
“Já lavei roupas para os
outros, já vendi doces, trabalhei em cantinas de escolas e já vendi flores e
graças a deus hoje me sinto honrada. Minha vida só foi trabalho e não me
arrependo de nada, meus filhos estão criados e todos foram bem educados”,
expressou Clarice.
Dona Clarice também
agradeceu aos apoiadores que contribuíram para seu sucesso.
“Não seria reconhecida se
não tivesse uma gama de amigos solidários, a exemplo do médico Salvador da Matta, com quem
aprendi muito e a tantos outros amigos e clientes que passam por aqui para bater
papo e tomar o mingau”, concluiu Clarice.
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