Sabemos que para a evolução e
crescimento de qualquer lugar é necessário investir em educação pública de qualidade e criar formas para oferecer oportunidades justas para a comunidade.
Além disso é necessário fomentar vias alternativas para a viabilização econômica e sustentável. É possível? Sim, basta ter visão e
comprometimento com o lugar onde vive.
Vamos ao assunto principal
deste artigo. Então, segue a pergunta:
A educação é prioridade em Ipiaú?
A educação é prioridade em Ipiaú?
Para responder esse
questionamento temos que recorrer ao movimento econômico da cidade e
também o grau de instrução da comunidade.
O município ipiauense é uma região que sempre
dependeu da agricultura para gerar emprego e renda. Por outro lado, ficou presa a monocultura da lavoura cacaueira.
Com a disseminação da vassoura de bruxa a produção do cacau caiu. E em decorrência disso, a economia sofreu abalos e a população ficou a ver navios.
Buscando melhorias de vida, os trabalhadores rurais foram morar na cidade, o chamado êxodo rural. Não teve outro jeito, pois, muitos foram demitidos com a crise cacaueira.
Com a disseminação da vassoura de bruxa a produção do cacau caiu. E em decorrência disso, a economia sofreu abalos e a população ficou a ver navios.
Buscando melhorias de vida, os trabalhadores rurais foram morar na cidade, o chamado êxodo rural. Não teve outro jeito, pois, muitos foram demitidos com a crise cacaueira.
A questão é que não estavam
preparados para a cidade e tão pouco havia educação para todos, estavam
despreparados.
Forma
de renda
Atualmente, o que movimenta a cidade é o
comércio, fábricas de polpas de suco e os funcionários públicos. O emprego
certamente está vinculado a esses sistemas.
Porém, todos dependem da
circulação de dinheiro para movimentar a economia e continuar contratando pessoas. Se o dinheiro não circula, certamente, o
comércio é afetado.
E as pessoas que vieram do campo foram trabalhar em que área?
Mão
de obra qualificada
Façamos uma reflexão. Em 2008,
foi instalado a mineradora, a implantação da Mirabela foi tida como a alavanca
da economia da região, foi uma explosão de gente, um alvoroço daqueles,
dinheiro circulando na cidade, crescimento populacional e etc.
Uma análise: De onde vieram a
mão de obra qualificada para a implantação da mineradora? De onde vieram as especialidades?
De onde vieram? Foram das cidades de Ipiaú e
Itagibá?
Sejamos sinceros, porque a mão
de obra qualificada para a implantação da mineradora teve que vir de fora? A resposta é simples: As pessoas da nossa
região não foram preparadas para atender certas demandas.
O que faltou? Cursos de
qualificação e graduação acessíveis e gratuitos para a área de mineração.
Faltou planejamento. Infelizmente.
Agora me diz uma coisa? A
mineradora parou e certamente deixou resquícios prejudiciais ao meio ambiente, aumentou
a fila dos desempregados e não houve nenhum avanço referente a qualificação
profissional para a nossa população.
Tudo continua parecido com os anos anteriores.
Tudo continua parecido com os anos anteriores.
O que acontece é que a crise
tomou conta, comércios estão fechando e a economia está abalada. Fato! Mais uma
vez o povo está a ver navios a espera de um milagre.
Para piorar, o índice de
violência aumentou, o saneamento básico ainda não foi feito na cidade, o meio
ambiente em pleno desastre e a educação precisando de investimentos. O que mudou em Ipiaú de forma significativa?
Onde
entra a educação?
Para que a cidade cresça nos
melhores sentidos econômicos, culturais, sociais e políticos de forma
organizada é necessário um bom planejamento e principalmente investimento em
pesquisas e em educação.
Desde de dois mil e dois,
quando foi implantada a Universidade Estadual da Bahia (UNEB) em Ipiaú, apenas
o curso de letras foi disponibilizado. Ou seja, durante 14 anos a universidade só
formou professores, parece que o mercado já está saturado, não tem mais emprego
o suficiente para atender a demanda.
Recentemente, foi implantado o
curso de Administração e ainda estão prevendo o curso de comunicação social
para 2017. Isso é bom, mas ainda falta.
Ou seja, estamos carentes de
uma demanda de cursos de graduação voltados para a agricultura, para a área de
meio ambiente, urbanização e tantos outros. Nossa região é agrária e não
podemos perder isso de vista.
Ampliação
de cursos e áreas de estudos
Nossa cidade está crescendo e
ainda não temos pessoas qualificadas o suficiente para atender a demanda.
As pessoas que querem fazer
cursos de engenharia, psicologia, biologia e áreas afins têm que se deslocar
para outras cidades, como por exemplo, Jequié, Itabuna ou ilhéus.
Porque nenhuma administração
pública cogitou a implantação de novos cursos em Ipiaú?
Existe outra coisa, não tem
vagas nas universidades públicas para todo mundo e muitos optam por fazer uma
faculdade particular.
Mesmo assim, só quem pode
cursar é quem tem dinheiro para pagar e para se locomover. Se eu estiver
mentindo me corrija, por favor!
Pensando nossa cidade
Somos uma cidade praticamente agrícola, não
podemos depender apenas de fábricas ou empresas para geração de emprego e
renda. Necessitamos de evolução, principalmente, na diversidade agrícola e
formação de cooperativas.
Precisamos de uma sociedade
mais ligada a defesa do meio ambiente, que defenda os interesses públicos e não
os privados, precisamos de uma sociedade mais igualitária e que apresente saídas
para sanar a demanda da população. A união da sociedade é importante.
Um
dado do eleitorado
Vamos fazer uma breve analise
para averiguar a situação da educação da nossa cidade a partir do nosso
eleitorado. De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral de Ipiaú o total de eleitores da nossa cidade chega a vinte oito mil e noventa e quatro (28.094).
Desse montante, apenas mil e
seiscentos e noventa e cinco(1.695) possuem algum tipo de graduação do ensino superior.
O restante se enquadra em analfabetos (2.333), ensino fundamental completo (1.023), ensino
fundamental incompleto (6.490), ensino médio completo (7.926), ensino médio
incompleto (4.386), os que sabem apenas lê e escrever (3.174) e superior
incompleto (1.067).
Diante desse quadro, as pessoas em maior número são
da faixa etária entre 45 a 59 anos (6.560), em segundo lugar, os 25 a 34 anos
(6.269) e em terceiro os de 35 a 44 (5.688). Veja a tabela completa.
A partir desses dados é notável que a educação
ainda é um privilégio para poucos e daí surge uma pergunta: qual a oportunidade
que essas pessoas vão ter ou tem na vida?
Porque tanta gente desiste de estudar? O índice de
analfabetismo ainda é grande e nos tempos modernos lê e escrever não é o
suficiente para avançar na vida, apenas poucos conseguem.
Por esse cenário já da para imaginar o descaso com
a população e com a educação.
Será que é isso que a maioria dos políticos querem?
Será que eles sabem dessa situação e fingem não
saber?
E você, o que acha disso tudo?
Só para deixar uma reflexão: A
educação é prioridade em Ipiaú?
Vicente Andrade
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