A CIGB, uma pesquisadora espanhola de engenharia e biotecnologia
de Havana, divulgou os resultados
preliminares dos testes com humanos durante o primeiro congresso BioProcess Cuba 2017,
realizado na cidade cubana de Camaguey, na última semana.
O principal objetivo desse teste era certificar a segurança
do remédio em relação aos efeitos adversos de toxicidade. De acordo com o
representante da CIGB, Correa, nove pacientes soropositivo que tomaram a vacina não
apresentaram problemas com a medicação.
Assim como nos estudos
pré-clínicos em animais, o teste com humanos demonstrou que a vacina
potencializa a resposta imunológica do organismo infectado por HIV, vírus
causador da Aids (síndrome da imunodeficiência adquirida). Agora vão estudar a
ideia de estabelecer a eficácia da medicação em larga escala.
A vacina não sana a infecção por HIV, mas diminui a taxa
de vírus no sangue, melhorando assim a qualidade de vida das pessoas
soropositivas. Correa ainda afirmou que a busca de vacinas contra o vírus segue sendo
uma das prioridades das instituições médicas e científicas cubanas, mas que a
prevenção segue sendo o principal método para evitar o contágio.
O
objetivo dos especialistas cubanos é substituir a atual terapia contra o HIV,
que consiste na combinação de vários inibidores retrovirais que bloqueiam a expansão
do vírus. Embora tal terapia se mostre majoritariamente eficiente, em alguns
casos pode causar danos colaterais aos pacientes.
A
vacina Teravac-HIV é administrada simultaneamente por via mucosa, por spray e
administração intramuscular. Ela foi desenvolvida a partir de uma “proteína
recombinante” – através de técnicas de engenharia genética – e busca induzir
uma resposta celular contra o vírus. Segundo os resultados preliminares, a
vacina diminuiu a carga viral nos linfócitos T citotóxicos (CD8) dos pacientes.
Segundo
o portal Infomed, da rede de saúde de Cuba, o primeiro caso de HIV foi
diagnosticado na ilha há 31 anos. Em 2015, o país se tornou o primeiro no mundo
a erradicar a transmissão do HIV de mãe para filho, como afirmou a OMS
(Organização Mundial da Saúde). A transmissão sexual é a forma predominante de
infecção por HIV em Cuba, responsável por mais de 99% dos casos.
Vicente Andrade
Fonte:
Opera Mundi, com informações de CubaDebate
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