![]() |
Foto do acervo de Allan Eça |
Cada pessoa traça sua
própria história, escreve com as próprias mãos, possui suas experiências e
segue em direção aonde quer chegar e como deseja chegar. O que mais importa é a
luta, persistência e as conclusões de um mundo novo e de readaptações.
Nascido na capital baiana,
em Salvador, o músico, Allan Eça Guimarães, se mudou para a cidade de Itabuna
juntamente com a família. A partir daí, nasceu a grande paixão e a dedicação
pela vida artística musical e a construção de uma trajetória vivida fortemente
nas veias.
Aos 12 anos de idade, já na
cidade de Itabuna, Allan ganhou de aniversário o primeiro violão. Parece
simples, mas foi com o instrumento de cordas que deu inicio a experiência com a
música. Na época, com a ajuda do vizinho, no passeio de casa, ele aprendeu dois
acordes musicais, o mi e o lá e diariamente se dedicava intensamente.
A primeira canção que
aprendeu a tocar foi a “Flores”, da banda Titâs.
De acordo com Alan, a
felicidade de ter aprendido a tocar a canção fez com que ele escutasse a música
infinita vezes ao dia. Uma dica para quem está começando.
Dos
festivais a experiência com bandas
Em tempo de escola sempre
aconteciam os festivais de talentos para os estudantes. Alan estudava no
colégio Ação Fraternal em Itabuna e ele colocou como desafio que queria participar
do evento promovido pela escola. As influências musicais de bandas de rock como
U2, Guns N Roses, Metálica e Sepultura contribuíram para a formação do estilo,
vestimenta e naipe da primeira banda de Alan Eça (ThrashLand). Importante
ressaltar que a banda foi formada por colegas e amigos de escola. ThrashLand
( Mazico, Allan, Afonso , Luciano e André ) eram os integrantes.
![]() |
ThrashLand ( Mazico, Allan, Afonso , Luciano e André ) |
Passado algum tempo, o
gosto pela música de Allan aumentava e horizontes se formaram para a construção
pessoal de experiências, sentimentos e muita bagagem de vida.
![]() |
Imagem da segunda banda de Allan. O
conjunto musical Scrupulous foi formado por Thiago, Crispim, Márcio e Allan.
Foi nessa banda que Allan começou a desenvolver
a habilidade em tocar o baixo.
|
Farol
Blues Band
O trabalho com o Farol Blues
Band foi um passo importante para ascender à atividade com a música e trilhar
um caminho de avanços.
A banda foi composta por
Davide, Allan, Thiago e Pascal. Nasceu
quando os amigos se reuniram para fazer um ensaio numa cabana de praia, na
cidade de Ilhéus.
![]() |
A banda Farol Blues Band foi composta por Davide, Allan, Thiago e Pascal. |
A banda fez sucesso e até
hoje é considerada uma das melhores bandas que influenciaram gerações na década
de 90, na Bahia.
Chegaram a fazer shows em
diversos lugares do Brasil. Foram seis anos de história e companheirismo.
“A Banda era uma família e
tinha como base o princípio democrático para tomar decisões” afirmou Allan.
Allan contou que a banda
deixou de gravar com a sony music porque a gravadora poderia interferir no som
e também impossibilitar que a banda fechasse
contratos com oportunidades melhores.
Após seis anos, a banda tirou
umas férias e depois chegou ao apogeu. Foi um baque para Allan, sentiu muito, mas
a vida tinha que continuar e assim foi feito.
Nesse meio termo, Davi, foi
para Portugal e depois voltou cheio de ideias e levou Allan para Portugal.
A música vivia no sangue.
Quando Allan chegou a Portugal se juntou com outros músicos e formaram a banda
Jamaniacs.
Experiência
musical em Portugal
Foram quatro anos de experiência em Algarve, região sul de Portugal, na cidade de Faro.
![]() |
Banda Jamaniacs ( Davide dos Anjos, Allan Eça, Nuno Campos, Hugo Palma, João Pessoa e Panini ) |
Para Allan, a banda chegou
ao mesmo patamar que a Farol Blues Band chegou. Foi sucesso em Portugal participando
de festivais e fazendo shows semanais.
Nessa trajetória, Allan
ganhou uma bagagem imensa de histórias e aprendizados importantes para deixar
registrado o legado musical e a essência de traduzir em notas o sentimento.
![]() |
Jamaniacs ( Davide dos Anjos, Allan Eça, Nuno Campos, Hugo Palma, João Pessoa e Panini ) |
Allan diferenciou que o
público de Portugal gostava de admirar trabalhos autorais e iam para os shows para
curtir o estilo e o som próprio de cada banda.
Já no Brasil, muitas bandas
para sobreviver precisam se render a indústria cultural. E assim, as bandas
precisam atender as necessidades do mercado cultural e do que o público está
gostando do momento.
O
retorno
Mesmo por ter passado uma
grande parte da sua vida morando fora de Ipiaú, Allan Eça, possui raízes da
cidade. A maior parte da família por parte da mãe é da nossa cidade.
Alan é filho de Zélia Eça
Guimarães, irmão de Laísa Eça e Aline Eça e assim construiu laços fortes na
cidade rio-novense. Laísa Eça também seguiu os passos na música e está soltando
a voz por esse imenso mundo.
“Toda referência de família
por parte de mãe é daqui de Ipiaú e por isso me considero um filho ipiauense”
considerou Allan.
Quando retornou da jornada
em Portugal sentiu um impacto por causa da cronologia do tempo, uma nova descoberta
pelo ritmo em que se vivia o choque de cultura e a adaptação.
“Voltar para Ipiaú foi um
aprendizado. Tive que aprender a me descobrir, a viver melhor e a reencontrar
pessoas amigas e também conhecer novas pessoas” pontuou Allan.
Allan montou o “Sagitários
Bar” com instalações no shopping de Ipiaú. Assim, começou a fazer história em
Ipiaú e mostrando novos sons pra galera da cidade. Além disso, continuou nos
palcos fazendo o som de voz e guitarra e ainda fez parcerias com músicos locais
e da região.
“O que eu aprendi trabalhando
na noite apliquei aqui em Ipiaú. Conheci músicos da cidade e com isso desenvolvi
o meu trabalho com minhas raízes”, explicou Allan.
Diversos músicos da cidade,
assim como Allan, reclamam da falta de espaço, a desvalorização do músico e a ausência
de um espaço para incentivar os músicos.
Mesmo assim, quem conhece
Allan Eça, sabe do potencial e virtude que ele possui e não é de desistir. Pelo contrário, sempre pensa em dias melhores
para os artistas e acredita na coletividade para reascender a cultura ipiauense
para oportunizar melhores espaços para agregar a classe artística e cultural.
![]() |
Foto: Lis dos Anjos |
Em breve será lançando um
vídeo-documentário sobre Allan Eça produzido por Patrício Teixeira e Lis dos Anjos. Conheça o som das bandas de Allan Eça por aqui.
Vicente Andrade
0 Comentários