Dionilia Bidu dos Santos( Dona Dio) Foto Vicente Andrade |
Cada pessoa tem seu grau de contribuição para as
transformações humanas da cidade. Uns com menos e outros com mais. O melhor
ainda é quando algo brota do coração para servir as gerações.
Na tarde desse sábado (29), tive a satisfação de conversar
com a professora Dionilia Bidu dos Santos, mais conhecia como Dió. Foi um papo
de muita história e trajetória que demonstra a fé e a paz de dona Dió para fazer
o bem.
Atualmente, dona Dió, está com 73 anos e ainda tem muita
história para contar. Ela foi criada pelos avós maternos na Fazenda Santo Antônio,
na água branca.
Durante a infância ficava na casa de família estudando. Depois
casou e levou os dois irmãos menores para morar com ela.
De acordo com dona Dió ela já era mãe antes de casar por
cuidar dos irmãos mais novos.
Dona Dió depois que casou morou por oito anos em Candeias e depois
retornou para Ipiaú para cuidar dos pais. Quando voltou terminou os estudos e
começou a lecionar na zona rural do município.
A vida de professora
Em 1985 passou a morar na cidade, fez um curso de teologia e
adentrou de vez no mundo cristão. Dona Dió tem um legado de servidão e caridade
com o nosso município.
Ensinou no Ângelo Jaqueira, na casa do menor, na Escola
Altino Cerqueira e por fim, no Cetan.
Para Dió, o Cetan foi um lugar de muita experiência e
dedicação.
“No Cetan trabalhei
com meninos de risco e que estavam a margem da sociedade. Foi uma grande escola
e hoje mesmo fiquei muito feliz por reencontrar um ex-aluno meu. Ele tinha
problemas com convivência e graças a Deus hoje ele esta trabalhando e está bem,
fiquei muito feliz em saber disso” pontuou Dió.
A voluntária pela fé
crista
Com o sorriso no rosto e a convicção de ser da igreja católica,
dona Dió acredita no trabalho coletivo e da solidariedade para promover o bem.
Além de integrar o cargo de conselheira da Adas, também
exerce função no Conselho Municipal de Educação. E nessa história de luta na
educação social, ela atuou voluntariamente por 12 anos na Pastoral da Criança. Uma
verdadeira batalhadora que merece nosso respeito e carinho pela trajetória de
vida.
De acordo com Dió a Pastoral da Criança também foi um lugar
de muito aprendizado para ela.
“A pastoral da criança foi uma grande escola, passei 12 anos
lá e aprendi a importância da vida comunitária, da fraternidade, espiritualidade
e fé. Justamente por atender as camadas mais desfavorecidas” explicou Dió.
Para Dió “a pastoral da criança era formada por uma base de voluntários
e em nossas atividades tinham a mística de pregar o evangelho”.
Além disso, Dió fez uma critica construtiva em relação às
atividades realizadas atualmente pelos agentes comunitários.
“Os agentes fazem os mesmos trabalhos, mas sem a mística do evangelho.
Na minha época éramos todos voluntários e hoje se perdeu essa mística. Os
agentes recebem pelo trabalho e às vezes falta o carisma no atendimento
comparado com o trabalho que fazíamos antes” argumentou Dió.
A história da Igreja de
São José Operário
A história de Dió não se resume apenas no ensino, ela também
contribuiu para levantar a Igreja de São José Operário de Ipiaú. A igreja já
está completando 25 anos de existência.
Dona Dió fez sua história e é um exemplo para a comunidade
ipiauense. Durante a conversa, ela contou um pouco da história da igreja.
“Quando eu andava na Pastoral da Criança, a igreja de São José Operário era uma pequena capelinha que pertencia a Matriz de São Roque. Mas como
a comunidade foi crescendo surgiu à ideia de o bairro obter seu lugar para evangelizar
as pessoas e foi assim que começou a construção da igreja” contou Dió.
Dona Dió também ressaltou alguns nomes que ajudaram na
criação da igreja.
“Dona filinha, mãe de Jajai, Anísio Cardoso, seu Pedrinho,
seu Agripino, Dona Maria Vieira, a professora Carmem e Eloisa juntamente
com a Escola Sagrada Família e tantos outros foram os percussores para a
criação da paroquia de São José” explicou Dió.
Ela também mencionou a importância do Ex-prefeito Euclides Neto e José Motta Fernandes para a conclusão das obras. Dió também contou que a Denise, filha de Euclides, foi quem fez a planta da igreja.
Os padres
E com muita sabedoria e memória dona Dió foi falando o nome
dos padres que passaram pela Paroquia de São José Operário.
“O primeiro Padre foi o Adalton. Em seguida o Padre Eliseu iniciou
a reforma, lembro que fizemos uma festa com cobertura de lona para conseguir recursos
porque a igreja estava no chão, só tinha as paredes. Depois o Padre Neilton concluiu
a obra, logo em seguida veio o Padre Celson. E atualmente o Padre Edilson vem
atuando com inovações para a juventude e com trabalhos coletivos” pontuou Dio.
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Foto: Darlene Guimarães Souza |
“A igreja da Paroquia de São José Operário atende seis
comunidades, a do bairro Aparecida, Sitio do Pica-pau, Constança, Antônio Lourenço
e São João Batista trabalhando com a evangelização e resgatando famílias dos diversos
problemas enfrentados pela sociedade. O trabalho da igreja tem gerado bons
frutos” explicou Dió.
Considerações
Um simples texto não é o suficiente para evidenciar a
grandeza do coração e atitude de pessoas. Para isso, precisaria de anos e de
muita pesquisa para pontuar toda a trajetória e conquistas de vida de dona Dió.
Mas o que importa é saber que existem
pessoas que cultivam a vida fazendo o bem para ser feliz levando alegria e
conforto para todos que a encontram.
E assim pude perceber um pouco da virtude de Dona Dió em
relação à vida e pelas belas ações que servem de exemplo para os presentes e as
futuras gerações ipiauenses.
Faltam palavras para definir um momento especial de
aprendizado conversando com dona Dió e é valido ressaltar a gratidão que ela
tem com a vida por entender que a felicidade é ser feliz e que poder ser compartilhada.
“ Descobrir que Deus me ama e que todos nós somos filhos de Deus.
Digo a todos os irmãos que vale a pena ser cristão. E ser feliz é ser feliz
consigo mesmo, não importa os bens materiais, precisamos ser felizes como somos
para encontrar a paz interior. A minha vida é maravilhosa e agradeço a Deus por
ter mais um dia de vida. Faço o que eu gosto leio, escrevo, vou na rua, cozinho
e minha vida é só alegria, tenho uma família muito unida com o amor e o carinho”
finalizou Dió
Vicente Andrade