Dona Joana |
Joana Ferreira, uma ipiauense
nata, 87 anos e uma longa bagagem de vida e história.
Nasceu em Ubaíra e quando
pequena veio para Ipiaú com os pais. Neta de indígena, mulher de fibra, ajudou
muitas gerações a compartilhar alegrias e perseverança de vida.
Trabalhou muito tempo no
Rotary Clube, para o pai de Valmir da farmácia Bahia, no Rio Novo Tênis Clube,
no Náutico. Preparou o banquete para a chegada do Capitão Milton Pinheiro, no
antigo Hotel Glória, para Julival Ferrari e tantas outras.
Dona Joana contou que o banquete para a chegada do capitão Milton foi uma grande festa. Tinha muita mulher bacana e bonita, muita gente importante na cidade.
“Os banquetes eram comida
de primeira, era Pitu, lagosta, camarão e muitas outras coisas” relatou Joana.
O
trabalho e a fé
Imagens de santos na casa de Dona Joana |
Moradora da Rua Padre
Fileto, guarda na memória um tempo de muita alegria cozinhando, lavando,
passando e se divertindo com a turma nos bailes da vida, dançando um forró e
bebendo uma temperadinha de leve.
Foi com muito suor e
dedicação que dona Joana cuidou dos três filhos, pois o marido morreu cedo e ela
está viva para contar a história.
Uma romeira de grande fé,
sempre foi junto com a caravana para as festas do Bom Jesus da Lapa.
As
festas
As festas de Ipiaú antigamente
eram fartas de bebida, comida, banda filarmônica e muita dança.
Joana contou que “ia com
Juju dançar forró na fazenda dele. Matava boi, a gente fazia um churrasco,
tinha filarmônica e músicos. Era muita gente nas festas, o tempo era bom, a
gente nos divertíamos muito bem e hoje só tem a ingratidão, antes era um tempo
bom que não volta mais. Agente dançava três dias de forró sem parar”.
Uma história de vida que não
poderia deixar de ser registrada na história de Ipiaú.
O melhor ainda é saber que
dona Joana tem um espirito jovem e alegre e assim relatou que “me sinto muito bem
por esta viva, pois, muitos entes já se foram deixando saudades das boas lembranças”.
Devido à idade, Dona Joana
passou por duas cirurgias na perna e está prestes a realizar outra em agosto.
“Estou andando, fui operada
duas vezes e estou prestes a fazer outra e quero fazer logo porque eu ainda
preciso dançar muito forro” frisou Joana com espontaneidade.
Para encerrar perguntei se
ela tinha em mente qual poderia ser o titulo da matéria e rapidamente, com um
sorriso elegante no rosto, respondeu:
- Joana, a Mulher do pirão
gostoso.
Vicente Andrade
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