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Dona Alexandrina o tempo e vida. 86 anos de trabalho, esperança e fé! |
São nas andanças da vida que conhecemos pessoas e histórias
de vida emocionante. Pessoas que possuem
uma trajetória de luta, fé e conquistas. As marcas são apresentadas com as
rugas e risos, no rosto, e com a simplicidade nas mãos e na alma.
A maior alegria é poder compartilhar mais um dia de um novo
sol. São histórias que contemplam experiências que servem de incentivo para as
novas gerações.
E foi com esse tom que conversei com a senhora Alexandrina
Souza Santos, 86 anos de uma longa caminhada por essas terras.
Dona Alexandrina chegou a Ipiaú muito nova e juntamente com
uma irmã e cunhado se instalou na Fazenda do senhor Dominguinhos. Nesta
trajetória se casou, aos vintes anos de idade, com seu Antônio Cirilo.
Alexandrina relatou que o marido foi um batalhador e que ele
carregou a arte de trabalhar no campo. Já casada, Alexandrina seguiu o marido
por essas fazendas e após três anos de matrimonio teve o primeiro filho, João
Cirilo.
Na época, estavam trabalhando na fazenda de Antônio Barbosa,
situado na região da formiga. Dona Alexandrina ressaltou que era tempo de muito
trabalho e dedicação para criar a família.
Depois de alguns anos foram para a região do Rio do Peixe.
Atentamente, recordou que “foi o lugar onde mais trabalhei, pois cozinhava para
receber as pessoas, cada almoço ou janta era para mais de 30”.
Em seguida, com os filhos já adultos, Dona Alexandrina rumou
para a cidade de Ipiaú e aqui se instalou.
E graças às forças maiores ela está viva para contar a própria história.
O tempo se passou e dona Alexandrina ficou viúva. Por outro
lado, ela contou com a ajuda dos filhos que sempre estiveram ao lado o tempo
todo.
“ Minha história é de trabalho. Trabalhamos todos juntos para
nos mantermos e seguir a vida. Hoje só não sou mais feliz porque perdi meu
marido muito cedo, mas estou viva com as graças de Deus e meus filhos todos bem
e com saúde, todos foram criados com muito amor e carinho”, pontuou Alexandrina.
Alexandrina também completou que é grato também a um grande
amigo, Jaime Torres, que a ajudou a família dela e aos filhos. “Jaime Torres
foi um grande amigo, uma grande pessoa”, relatou.
Tempo Moderno
Durante a entrevista perguntei sobre as mudanças da vida,
como era o tempo dela comparado com os dias atuais e logo me respondeu:
“Antigamente era um cativeiro, filha não podia estudar, não
podia sair de casa para namorar. Hoje a gente vai se adaptando e estou vivendo
até hoje (risos)” expressou Alexandrina;
Dona Alexandrina é uma
mulher de fé e até hoje frequenta a igreja nos dias de missa. Tem a vida como
uma honra de Deus carregando consigo a simplicidade de um ser humano.
No tom de alegria, dona Alexandrina, mandou um abraço para
amigos e parentes.
“Quero mandar um abraço para minhas amigas de igreja, aos
amigos e a toda minha família e muita paz para todos”.
Nesta caminhada o sangue de dona Alexandrina percorre nas
veias de três filhos, dez netos, onze bisnetos e um tataraneto.
E assim, conto mais uma história de vida, uma luta e a uma
conquista. Conversar com Dona Alexandrina foi leve como os ventos e prazeroso
como a paz. Sinônimo de perseverança e fé na simples alegria de ser e existir.
Vicente Andrade
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