Não sou muito bom em palavras
para me despedir de alguém em relação às partidas para outros planos. Mesmo
assim, não poderia deixar de pontuar a fibra e a coragem de um cidadão comum
ipiauense que nos deixou inesperadamente.
Foi com a imensa surpresa e
tristeza que recebi a noticia que o senhor Gervásio de Oliveira, 63 anos, havia
falecido proveniente de um infarto, na madrugada desta sexta-feira (22).
Acredito que muitas pessoas de
Ipiaú o conheciam e também sabiam que o Gervásio não fazia mal nenhum a senhor ninguém.
Ele apenas vivia como podia e educadamente andava pelas ruas de Ipiaú. Toda vez
que o encontrava batia um papo com ele, falava um pouco da história e como ele
vivia. As conversas serviam para ficar registrado um pouco da voz e imagem de
um cidadão comum de bem.
Gervásio foi educador,
trabalhou mais de dez anos no banco e foi posto para fora do emprego
praticamente sem direito algum. E após isso, não achou mais oportunidade para
trabalhar. Talvez seja por isso que o poder público não dava atenção e tão
pouco era visto pela grande mídia.
Em poucas conversas, perguntei
a Gervásio o que ele achava que deveria melhorar em Ipiaú e pontualmente ele
respondeu:
“Aqui precisa de uma indústria ou
fábrica pra colocar o povo para trabalhar. Antigamente a cultura era mais viva
e nós tínhamos teatro, cinema e várias atrações e hoje não temos nada. Mas o
que devemos ter é paciência” pontuou Gervásio.
Agora o que resta é a saudade. Assim,
desejo que Deus conforte o coração dos Famíliares de Gervásio e ofereça força
neste momento difícil.
O sepultamento está marcado
para as 17h, no cemitério antigo de Ipiaú.
Vicente Andrade
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